segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ode da Lágrima



Notei que errei, notei que mais uma vez dei um pouco de mim ao vento.

  Engraçado como pode ser irônico o modo como um dia acordamos, olhamos para o passado e vemos o quanto caminhamos por caminhos que não devíamos. A verdade disto é que cresci e tornei-me uma pessoa independente, forte e capaz de se amar e estar feliz sem dependências de ninguém, por outro lado descobri que não consigo voltar a amar, confiar, dar-me a mais ninguém.
  Tenho orgulho de mim, tenho raiva de mim... Porquê que dei tantos anos da minha vida ao tempo? porquê que confiei em pessoas que não devia, tanta vez?
  Já diz o povo "Se o arrependimento matasse...", se matasse, eu decerto teria morrido esta manhã, teria deixado o peso do meu corpo gelado sobe a cama. Mas felizmente, ou talvez não, eu não morri, estou aqui e com uma capacidade de "morrer" todas as noites e voltar a nascer todas as manhãs.
  Descobri que tenho que apagar o passado nem que para isso tenha q apagar memórias, pessoas, cheiros, sabores e sons, tenho que começar novamente do zero, talvez desta vez seja capaz de seguir sem mais quedas.
  Estranho com antes pensava de forma tão moral e racional e hoje em dia já nem quero saber, talvez tenha me reinventado, seja uma proteção que eu próprio tenha feito, hoje não quero saber de compaixão. Desejo a todos que me prometeram amor, morram sem amor ao seu redor, quero que todos que me roubaram tempo que percam o dobro e que todos que me fizeram chorar que se afogam nas suas.
  Não sou o chão de ninguém, ninguém o é e não podemos simplesmente ficar a olhar quando nos pisam o coração sem dó.

Para mim, os meus pêsames,
R.I.P pois um dia foste mais doce, mais dotado de amar, mas houve quem te tenha arrancado o coração com as mãos e o tenha atirado para longe, o tenha destruído em cacos.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Falsas Crenças


  Falsas fés, falsos ídolos, estátuas ocas que não tem sentido nem pensamentos, sem coração. É assim que te vejo em meu olhar... não te vejo como um exemplo, um ídolo, algo que deva alguma vez seguir, pois sei que seguir o teus caminho seria suicídio .. o mesmo que lançar a minha alma no fogo, arder em agonia para a eternidade.
  Agora quem vai seguir a sua própria fé, a sua religião, sou eu.. pois o meu caminho é bem mais curto que o teu, não preciso pensar tanto, apenas sinto com o coração que bate dentro do meu peito, que bombeia cada gota de sangue repleto de veneno que tingiste um dia com o teu amor doentio.
  A monstruosidade do teu toque, a sedução do teu olhar, o ardor dos teus lábios e a doçura do teu respirar sobre a minha pele, este contraste entre o bem e o mal... és tu. Não tens equilíbrio entre o branco e o preto, és extremos e não te completas, e acabas por destruir tudo que amas.
  Perdi-me no teu coração um dia e não vou voltar a deixar-me perder.. és imperfeito demais para mim, pois todo o sangue que derramei por ti um dia jamais voltará para as minhas veias.

   Com todo o amor que me envenena...

Eclipse


  Acordo e reparo, o mundo é feito por apenas dois grupos, aqueles que se atrevem a sair da sua concha e aqueles que invejam e se colam na boleia. Cópias mal impressas, que tentam roubar, sugar toda a nossa cor a nossa criatividade e a transformar nos seus próprios troféus.
  Quantas vezes eu não vos vi exibir a coroa de louros por terem roubado o meu sangue, os meus pensamentos, sugado a minha alma, a minha criatividade, exibindo e exigindo tal como se fosse vosso por direito.
  Acabou! pois por entre sentimentos, revoltas, raivas, todo este veneno que injectaram no meu sangue, que não me matou apenas me tornou mais frio, mais inconsciente, mais ácido e vazio, talvez agora seja tão venenoso quanto esse veneno. Pois entre gritos, que ecoam na minha cabeça, gritos de todos estes egos que assombram cada recanto das minhas memórias, eu acabei por libertar da minha caixinha de Pandora, aquele que eu nunca quis mostrar, o mais negro, o mais frio, a hidra mais perigosa em mim.
  Acabou a pena, acabou o rapaz simpático que engole cada segundo dos outros, acabou a minha paciência, não preciso disto para viver, felizmente sou feliz apenas com o ar que eu respiro e quero que o resto arda, mas entre karmas e palavras mal ditas eu não vou me sujeitar a mais nada, não sou eu que tenho que culpar ninguém, é a tua consciência.
  Acabou simplesmente de morrer mais um pedaço, agora quero lá saber aguenta-te com este que vai renascer, pois ele não vai ser como o outro, vai ser mais negro que a noite e mais frio que gelo, coroaram-me com a coroa de gelo agora aguentem com ela.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Desejo de um dia ser Mar..



  Ás vezes dou por mim a olhar para o mar, sentindo a brisa a tocar cada traço da minha face, e desejo ardentemente poder ser invisível, conseguir atravessar até o mais objecto maciço, sem necessidade de respirar, de se alimentar, conseguir me mover como o vento, voar... simplesmente para conseguir atravessar o mar, explorar cada recanto daquele manto tão azul, tão intenso, tão profundo com tanto segredo, com tanto mistério.
  Talvez eu próprio me reveja um pouco no oceano, sou instável, sou bipolar, tanto as minhas ondas estão calmas como posso começar uma tempestade a qualquer momento, tão tão profundo e tanto segredo, mas não deixo de ter a minha vida, a minha vitalidade.
  Se a vida for tudo isto, se a vida for a simples brisa, a simples cor azulada do mar, o aroma de rosas e aquele tacto especial da erva nos pés descalços, essa simplicidade do mundo, eu não nego cada segundo que respiro e inspiro.

  Não quero ser divino, não quero ser superior ou maior que ninguém, os meus 171 cm chegam-me bem e tudo que tenho sobre mim, me dou por feliz. Pois uma coisa eu sei, neste mundo de fotocópias, máquinas e artifícios, tão cinzento e repleto de um aroma a petróleo e pecado, eu sou o único jacinto que nasce no meio das rosas, sou o único que tem uma cor lilás quando todas as outras flores não conseguem se tornar mais do que brancas. Pego na tinta e pinto cada página da minha vida, com os meus próprios dedos, porque só assim aquilo que sinto ficará imprimido em cada segundo da minha respiração e inspiração.
  Não estou preso a passados, a regras nem modas, sou do presente, sou de mim mesmo, sou aquilo que quero ser, não me prendo a passados nem a futuros, tenho sim sonhos como todos aqueles que tem olhos de vidro, todos aqueles que pintam a sua vida com os dedos.
  Sonhos feitos de nostalgia e vontade de descobrir um pouco mais do universo que é o ser humano, mas acima de tudo isso, de todos os dogmas, eu serei sempre feliz, porque eu sou e serei sempre... o único jacinto lilás no meio das rosas brancas...

F'lipe S